Em cada momento da vida cotidiana da criança existe uma forma de construir conhecimentos. Portanto, a vida cotidiana está inserida na nossa proposta de currículo, assim, acreditamos no valor educativo das coisas de cada dia.
Encontrar os amigos, brincar, comer junto e descansar fazem parte da vida cotidiana das crianças, que são acolhidas no seu valor educativo. Qualificar a vida cotidiana significa pôr atenção no modo como as crianças estão vivendo suas infâncias.
As aprendizagens envolvem a socialização, a autonomia e a comunicação. A convivência em grupo está cada vez mais sólida. As crianças começam a ficar integradas e compartilhar as brincadeiras. Eles conversam e percebem quando o amigo precisa de algo, seja em relação a um brinquedo ou até mesmo diante de um momento de insegurança. Cada criança é um sujeito único e irrepetível, com uma relação própria com o mundo e uma história pessoal que se concretiza no contexto familiar, a partir dele, no meio social.
É precisamente no relacionamento estável, significativo e afetuoso que as crianças descobrem a confiabilidade, e vínculos que constituem a matriz essencial e indispensável para proceder a autodescoberta e a descoberta do mundo.
Devemos dar as crianças a oportunidade de desenvolver seu potencial de relacionamentos, autonomia, criatividade e aprendizagem. A entrada na Educação Infantil é o primeiro encontro com um contexto físico e ambiente social, diferente do ambiente familiar: um novo mundo. Para descobrir e compreender, novos relacionamentos a serem construídos com outros adultos e com outras crianças pequenas, com as quais ainda não tem nenhum contato. As crianças precisam de tempo, precisamos dar tempo para que todo processo aconteça.
O brincar é a voz das crianças, mesmo as das mais pequenas. É uma forma privilegiada de se expressar, na brincadeira eles podem falar sobre si mesmos, sobre seus entendimentos, sobre o que os intriga ou os perturbe. É também uma forma de pensar, de elaborar hipótese, pois na medida em que brinca as experiências das crianças são guiadas pelo desejo de descobertas e pelo prazer que isso proporciona.
Se encontra ambientes acolhedores e de apoio, a brincadeira da criança desdobra todos os seus poderes: exploração das coisas, relações interpessoais, observação, descoberta ativa, domínio corporal e auto estima.
Segundo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), “Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais” é garantia do direito das crianças.
As crianças são atraídas pelas coisas, natureza e relacionamentos, são capazes de experimentar a maravilha de sons, luzes, cores, formas, apaixonados por deixar rastros, para compartilhar, para criar composições únicas, que o adulto possa ouvir, observar tentar entender e apoiar.
Por meio de um ambiente encorajador e um ambiente pronto para mudar em relação ao progresso das crianças, as atividades de exploração tornam se cada vez mais intensas durante os 3 primeiros anos, articuladas e expressas em sequências cada vez mais longas de ações coordenadas, até o enfrentamento de questões mais complexas, prefigurando habilidades cognitivas que encontrarão a oportunidade de desenvolver bases e enriquecimento para os anos seguintes.
